domingo, 15 de agosto de 2010

Telefónica confirma interesse em unir a Atento à Dedic

SÃO PAULO - O setor de call center verá, neste ano, uma briga de titãs com a polarização do mercado e a concentração em dois grandes grupos que lideram o setor: a Atento, da Telefônica, e a Contax, da Oi. Com a perspectiva de incorporar os 87,5% que a Portugal Telecom (PT) possui na terceira maior do ranking, a Dedic, em uma negociação paralela entre Telefónica Espanha e PT, o setor deverá ver uma briga por novas posições de atendimento e grandes contratos. Hoje, 60% do faturamento do segmento estão em São Paulo, nas mãos de grandes grupos.

Ano passado o mercado de call center faturou cerca de R$ 23 bilhões, e neste ano o crescimento previsto é de 10% em São Paulo, segundo representantes do setor. De olho na liderança do segmento, o grupo espanhol, dono da Atento, está em negociação com os portugueses para avaliar a Dedic, hoje a terceira maior companhia da área, com faturamento de R$ 402 milhões em 2009.

De acordo com Leila Loria, diretora da Telefônica, braço dos espanhóis no Brasil, existe a possibilidade de a Dedic entrar no radar da matriz pelo fato de a empresa ter uma relação próxima com a Vivo, considerada hoje a maior cliente da Dedic. "Isso foi discutido na época [da compra da Vivo], e estava previsto pela Telefónica; aliás, está previsto", afirmou a executiva.

Segundo apurou o DCI, a venda do controle da empresa de telemarketing ao grupo Telefónica seria viável para os planos da Portugal Telecom, uma vez que o grupo adquiriu 22,5% do capital social da Oi (dona da Contax, segunda maior central de call center), entre participações diretas e indiretas na companhia.

Entre as vantagens que a Telefónica teria com a compra, estaria manter toda a operação de atendimento e vendas da Vivo com a empresa, além de 'engordar' a Atento com a estrutura da terceira maior empresa de telemarketing do País. Já a PT embolsaria mais alguns milhões de euros (o valor ainda é uma icógnita, pelo fato de a Dedic não ter ações em Bolsa), que reforçariam seu caixa, além de dar à empresa condições de ampliar seus investimentos no Brasil, por meio da Contax.

Vivo

Apesar do interesse da Telefónica em incorporar a Dedic, o negócio ainda depende uma resolução da fusão ente Vivo e Telesp (Telefônica), que deve acontecer em 60 dias, segundo a executiva. O início da fusão, porém, depende de aprovação por parte da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em que a empresa tem um processo de anuência prévia (pedido de autorização para unificar operações). "A própria Vivo entrou com esse pedido na agência, e, enquanto isso não acontece, nada acontece."

De acordo com Leila, a aprovação será simples porque a Telefônica já participava do bloco de controle da Vivo. "Então teremos apenas um aumento de participação, por isso essa anuência prévia é mais simples do que se tivéssemos de fazer outras operações", explicou.

Depois de conseguir o consentimento da agência, o passo seguinte das empresas é a aprovação do Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade). "Existe uma anuência e uma instrução para o Cade que é feita pela própria Anatel, que trata das questões da concorrência. Aí vai para o Cade. Mas, depois da Anatel a fusão já vale para o consumidor."

De acordo com a executiva da Telefônica, a primeira sinergia que a empresa terá com a integração entre Telesp e Vivo será na venda de televisão por assinatura, via satélite.

A estratégia é aproveitar os canais de vendas da operadora de celular para comercializar o serviço por todo o País. "Vamos utilizar a equipe e a estrutura deles para vender esse serviços e aproveitar a capacidade do nosso satélite", disse.

Concorrência

A fim de enfrentar a concorrência dos gigantes, grupos médios, de até seis mil posições, poderão sucumbir ao socorro de investidores estrangeiros, como bancos, fundos de investimento e empresas de tecnologia, principalmente da Índia, que já demonstram interesse pelo crescimento deste mercado. Caso o setor realmente se concentre nas mãos de Atento e Contax, especialistas acreditam que a solução seria o governo incentivar o crescimento de grupos médios, para garantir a concorrência no segmento.

O presidente do Sindicato Paulista das Empresas de Telemarketing Direto e Conexos (Sintelmark), Stan Braz, acredita que a união as gigantes pode destravar algumas negociações em torno de empresas de médio porte. "Uma concentração do mercado em cima de Atento e Contax será uma bela oportunidade de outras empresas entrarem no segmento, comprando duas ou três", disse Braz ao DCI. "Sempre aparece grupo indiano e americano sondando as empresas do setor, mas talvez essas empresas estejam aguardando para ver como fica o mercado para então fechar negócio", completa Stan Braz.

Na sua opinião, a explosão da demanda por serviços de relacionamento com o consumidor é fruto do crescimento econômico.

Com faturamento na casa dos R$ 23 bilhões, o setor de call center verá agora uma briga de titãs, com a concentração do mercado em dois grandes grupos: Atento, da Telefônica, e Contax, da Oi, principalmente caso a Telefónica incorpore os 87,5% da Portugal Telecom na Dedic, a terceira do ranking. Enquanto isso, investidores indianos analisam aquisições do segmento no País.

Fonte: http://www.dci.com.br/noticia

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